sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Planos de saúde têm 77% dos clientes descontentes

"O cenário está precário", disse o presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), o médico Florisval Meinão, sobre o atendimento das operadoras de saúde. Ele opinou sobre o setor de convênios médicos depois de apresentar pesquisa, realizada pelo Datafolha, encomendada pela entidade. O levantamento, realizado no Estado de São Paulo, revelou que 77% dos contratantes de planos de saúde tiveram algum problema com os serviços prestados pelas operadoras nos últimos 24 meses.
Na Região Metropolitana, na qual estão localizados 39 municípios, inclusive os sete do Grande ABC, o resultado é um pouco pior. Segundo a pesquisa, 78% dos clientes das operadoras enfrentaram algum problema nos últimos dois anos.
"No fim das contas o cenário está muito parecido com o SUS (Sistema Único de Saúde). Os consumidores enfrentam atendimento precário de suas operadoras. Essas empresas venderam muitos planos de saúde, e agora não dão conta de suprirem a demanda dos clientes", explicou Meinão.
Ele disse que a associação tinha uma percepção de que as pessoas estavam enfrentando vários problemas com os seus planos de saúde. "E com este intuito decidimos analisar a situação e como os usuários avaliam os seus convênios", destacou o presidente da APM.
Com a intenção de contribuir com os consumidores na cobrança dos seus direitos em relação aos seus contratos com as operadoras, a APM em parceria com a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) colocará no ar um serviço de apoio aos pacientes de planos de saúde.
Por meio do número 0800-200-4200, que está funcionando, os clientes terão informações e orientações sobre como proceder de modo a garantir os seus direitos. "E vai coletar as principais reclamações dos consumidores sobre as operadoras. Assim teremos respaldo para dar encaminhamento para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e também para o Ministério Público", salientou a coordenadora institucional do Proteste, Maria Inês Dolci. Ontem, representantes do Ministério Público estavam presentes na apresentação da pesquisa e receberam uma cópia para análise e tomada de providências.
RECLAMAÇÕES - Referente às consultas, 65% dos entrevistados da Grande São Paulo informaram que já tiveram algum tipo de dificuldade. A principal reclamação foi sobre a demora na marcação de consultas.
No entanto, Meinão destacou que a maior preocupação da APM foi com o resultado dos atendimentos de emergência. "Nesse caso existe uma urgência, é a vida do paciente que está em risco. E os relatos são de espera de até três ou quatro horas", disse. Na Região Metropolitana, 73% dos clientes das operadoras contaram que tiveram problemas especificamente nos pronto-atendimentos nos últimos dois anos.
As principais reclamações são que o local de espera estava lotado, houve demora para o atendimento, negativas para a realização de exames ou procedimentos necessários e a utilização de locais inadequados para receber a medicação.
Empresas recebem multa por não cumprirem prazo
Desde julho as operadoras de saúde estão em estado de alerta. Isso porque a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aplicou cerca de R$ 3 milhões em multas para as 37 empresas do setor. As multas variaram, para cada uma, entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.
Além das multas, a agência que regula o mercado de convênios médicos determinou a suspensão da comercialização de 268 planos dessas companhias.
Essa medida da ANS ocorreu como punição ao descumprimento reiterado de norma estabelecida pela agência sobre os prazos de atendimento de consultas. As operadoras devem cumprir períodos máximos, específicos para cada grupo de serviço e especialidade, seja por rede própria ou por credenciados.
As vendas desses planos só ficarão liberadas se as empresas atingirem melhores avaliações sobre o cumprimento dos prazos em setembro, mês em que a agência terá consolidado novo levantamento. Conforme a determinação da ANS, atendimentos de urgência e emergência devem ser imediatos, consultas básicas, como pediatria e clínica média, têm prazo de até sete dias. Especialidades menos comuns têm até 14 dias, procedimentos de alta complexidade têm 21 dias e serviços de saúde, como fisioterapia, até dez dias.

Fonte:  http://www.dgabc.com.br/News/5974959/planos-de-saude-tem-77-dos-clientes-descontentes.aspx

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